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25 de Abril de 2024

A riqueza do povo na mão dos banqueiros: ‘Autonomia técnica’ do Banco Central institucionaliza o que hoje é “acordo verbal”

Esqueça-se os 45% do orçamento federal que destinamos para pagar juros e amortizações da dívida pública, valor que atualmente supera o R$ 1 trilhão anuais.

Publicado por Carla
há 8 anos

Por Piatã Müller

O espetáculo de horror está prestes a atingir o seu glorioso anticlímax.

Governo Federal, Ministério da Fazenda e a grande imprensa contracenam de forma brilhante.

Uma catastrófica crise financeira é tudo o que o mercado financeiro precisava para justificar a independência do Banco Central, em um arroubo de salvamento da pátria.

Esqueça-se os 45% do orçamento federal que destinamos para pagar juros e amortizações da dívida pública, valor que atualmente supera o R$ 1 trilhão anuais.

Que ninguém comente sobre termos os maiores juros do mundo, e ainda assim, possuirmos uma das mais elevadas inflações do planeta.

Já temos o argumento perfeito, comprado por toda a imprensa e vendido a preço de banana: “É preciso elevar os juros para controlar a inflação!”.

Não importa que todas as outras principais potências do globo consigam manter juros baixos e inflação baixa,.

Para fazer do jeito certo, precisamos da independência do Banco Central.

Sim, aquela mesma que vem no primeiro item do Manual do FMI como medida para ser implementada nos países “sob seu domínio”.

Como a independência do Banco Central ainda é um pouco polêmica, vamos falar, por enquanto, em “autonomia técnica”.

Segundo o novo Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, isso significa formalizar “o que hoje é um acordo verbal”.

— Isso é muito importante porque mantém aquilo que prevaleceu do ponto de vista da prática, ou seja, autonomia de decisão para que o BC não tenha suas decisões tomadas questionadas na medida em que tem uma autonomia técnica da decisão — explica Meirelles.

Não vamos falar em independência, mas quem toma todas as decisões (que não podem ser questionadas pelo próprio Governo Federal) é o Banco Central.

Banco Central que vai ser dirigido por um sócio do Itaú Unibanco.

Que tal falarmos em oficializar que quem comanda a política financeira do nosso país são bancos privados?

Não, isso pode soar muito duro.

Apenas queremos fazer a “política de controle da inflação sem a interferência do governo”.

Qual é essa política? Ora… todos sabem! Elevação de juros!

Que os bancos privados são aqueles que mais lucram com os juros elevados, pois aumentam em níveis estratosféricos a dívida pública… melhor não comentar. Poderia parecer conflito de interesses.

E convenhamos, não há conflito algum.

Os interesses estão muito claros e bem resolvidos.

Meirelles não deixa lugar a dúvida: “Independência é algo que é e continuará sendo objeto de análise. Nossa proposta é de autonomia técnica da decisão. Isso já é um avanço enorme em relação ao acordo verbal, que já funcionou muito bem”.

Piatã Müller é jornalista, educador social, presidente do Instituto Sócrates e um dos coordenadores do núcleo curitibano da Auditoria Cidadã da Dívida.

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22 Comentários

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Foi a falta de autonomia do Banco Central que possibilitou, dentre outros fatores, o rombo abissal das contas públicas.

Agora, pagaremos caro pela irresponsabilidade dos últimos anos. Com juros estratosféricos - e do nosso próprio bolso. É o preço da democracia - todos pagam pelos erros da maioria, ou melhor, pelos erros de quem a maioria elegeu.

E há tolos que protestam por isso? Os mesmos que ficaram calados e até mesmo aplaudiram a atuação perdulária e inconseqüente que nos levou à beira do abismo?

O que preferem, o caos? continuar lendo

Chega a ser engraçado que os que mais reclamam dos juros são os que mais defendem o governo que caiu, que foi o que mais aumentou a dívida pública, e consequentemente... os juros!
A solução que dão é mais engraçada ainda: dar calote na dívida... continuar lendo

Eduardo, não é nada ético colocar um presidente de um banco (itáu), para administrar o BANCO CENTRAL. Poxâ! então porque não coloca o presidente da VALE (ou os sócios majoritários) para ficar com o Ministério de Minas de Energia? continuar lendo

Pior foi colocar dirigentes PTistas como proprietários das maiores empresas privadas e contas no exterior. Sem falar em triplex, quadruplex, sítios, fazendas, empresas fornecedoras, etc.
O inverso seria condenável? Talvez não. continuar lendo

O mal que os banqueiros causam aos brasileiros é altamente perverso, pois penaliza a população e ganham com empobrecimento da mesma. Pra que serve os bancos? Para favorecer aos grandes empresários em detrimento da população de trabalhadores. São os sanguessugas que só lucram, com a desgraça de nosso povo!!! E este sistema perverso está sendo implantado por Meirelles, um banqueiro, no (des) governo interino do temerário Temer. Fora com estes Canalhas!!!! continuar lendo

este comentário foi postado em ouytro artigo, mas vale reprisar aqui : concordo com a/o Carla... Meireles, em 13 DIAS de empossado ministro, calou-se sobre a taxação das grandes fortunas e dos astronômicos lucros bancários... lula e dilma, paradigmas do governo social, voltado para os pobre e desamparados, estavam estudando o assunto nos ÚLTIMOS TREZE ANOS !!! E essa/esse Carla quer ter credibililidade em suas postagens... e o pior é que tem gente que acredita !!! quá quá quá continuar lendo

Já botamos os canalhas fora.
Agora ficam os ajudantes.
Menos maléficos ou perversos.
Mas provavelmente vão ser substituídos também, assim que limparem a casa da bandalheira criada pelo partido deposto.
A fila anda. Logo vão ter mais companhia na Papuda.
Tchau queridos.. continuar lendo

Já que sempre pagamos a conta, agora é o momento de por na rua muita gente inútil e onerosa. continuar lendo

É o City Bank dando as cartas. O povo foi às ruas para ver o Itaú ditando política financeira? Não! Esse Meirelles ainda não entendeu. Fora! continuar lendo

Quem aumentou a dívida pública??? Foi o BC??? continuar lendo

Calma Santos.
Primeiro botamos fora os PTralhas.
Depois irão os coadjuvantes.
Não há verba suficiente para ampliar a Papuda.
Mas a fila anda. continuar lendo