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25 de Abril de 2024

A desgraceira que cresce nas mãos de Meirelles e Temer, por Janio de Freitas

Janio fala dos cortes propostos por Meirelles e Temer e se assusta com a temeridade do montante, pois que um país precisa de investimento estatal para retomar o crescimento, caso contrário a que se incrementará será o desemprego e a violência.

Publicado por Carla
há 8 anos

Jornal GGN

O articulista da Folha, Janio de Freitas, em sua coluna desta quinta-feira, faz crítica contundente às medidas apontadas por Henrique Meirelles e Michel Temer para futuro do país. Janio lembra que o ponto central já foi tentado pelo governo de Dilma Rousseff e foi considerado, por ela mesma, como o ano do desastre econômico, o fatídico 2015.

A desgraceira que cresce nas mos de Meirelles e Temer por Janio de Freitas

Janio fala dos cortes propostos por Meirelles e Temer e se assusta com a temeridade do montante, pois que um país precisa de investimento estatal para retomar o crescimento, caso contrário a que se incrementará será o desemprego e a violência. A saúde pública e a educação irão ladeira abaixo, contribuindo para os dois primeiros itens desse cenário sombrio. Leia o artigo.

da Folha

S. O. S., por Janio de Freitas

Um país com suas continhas orçamentárias bem ajustadas, dívida em extinção –e, pior do que estagnado, de volta aos níveis imorais de miséria, pobreza, desordem, ensino em retrocesso constante, saúde pública em coma terminal, indústria nacional desmantelada, desemprego e violência urbana. É o que se pode vislumbrar para os anos vindouros, se efetivadas as medidas que Henrique Meirelles e Michel Temer apresentaram –com o devido cuidado da imprensa para maquiar umas e encobrir outras– como pacote primordial da aventura que iniciam.

A medida central, que consiste em estabelecer um teto permanente para os gastos do governo, só aumentado na proporção da inflação anual anterior, traz para o país uma perspectiva fácil de se presumir.

Mesmo Dilma Rousseff reconhece, entrevistada para a revista "Carta Capital", o desastre econômico que foi 2015. Tudo no Brasil se deteriorou com intensidade assombrosa. A desgraceira que cresce, a ponto de atingir o olimpo das empresas financeiras, é apenas a continuidade de 2015 (por favor, nada de dizer "o ano que não acabou"). Os serviços públicos estão em pandarecos, os investimentos desabaram, as universidades desmilinguem, tudo é assim. Apesar disso, o gasto contabilizado do governo no ano passado foi de R$ 1,16 trilhão.

A esse montante, um exercício de Gustavo Patu, na Folha desta quarta-feira (25), aplicou as medidas propostas por Meirelles sob o olhar um tanto vago de Temer. Constatação: o 2015 de Meirelles teria os seus gastos limitados a R$ 600,7 bilhões. Metade, pode-se dizer, do gasto realizado. Por mais que tenha havido desperdício de dinheiro público naquele trilhão, não há como evitar a conclusão de que a brutalidade do corte proposto para a nova política econômica só pode trazer ao país a degradação da degradação. Se com um trilhão o país está em estado deplorável, com gastos pela metade pode-se imaginar como estará.

Ou melhor, nem estará. O crescimento econômico depende do investimento estatal que o inicie e o estimule. A iniciativa privada no Brasil (e não somente no Brasil) é privada mas não iniciativa. Meirelles não se ocupou dos investimentos, na apresentação inicial do plano, porque nem era necessário: o teto do Orçamento, corrigido só pela inflação, já indica a exiguidade de investimento em proporções mobilizadoras e de interesse por tê-lo.

Por falar em nisso, Michel Temer comparou-se de raspão a Juscelino. Mas quem Temer faz lembrar é Collor com a combinação de loucuras e violência que aplicou como plano econômico. Não é inovadora, portanto, a complacência quase envergonhada com que a imprensa se faz colaboradora de Temer, como preço –autêntica liquidação de outono –de não ter o PT no governo nem o risco de Lula em 2018. Depois, lava-se a história, com ou sem jato. Mas o malabarismo praticado por muitos comentaristas oferece um lado cômico nessa história de salvar o salvador perdido.

Do cômico ao trágico: o corte proposto contra a educação é também contra os jovens de hoje e as próximas gerações de estudantes; o corte proposto contra a saúde é também contra as gestantes, as crianças e todos os carentes. Ambos são agressões ao espírito da Constituição e suas intenções de reparação social da nossa história de injustiças e perversidades.

A educação tem hoje, por garantia constitucional, ao menos 18% do arrecadado com impostos. A saúde tem garantia semelhante, em menor percentual. O plano Meirelles retira da educação e da saúde essa garantia de um mínimo que leve a ampliar e estender a educação, como se deu nas últimas décadas, e atenuar os problemas persistentes na saúde pública. Os valores ficarão congelados, com futuros acréscimos correspondentes apenas à fictícia correção pela inflação. Note-se que o ponto de partida, nesse congelamento, é o percentual deste ano de baixa arrecadação. Logo, educação e saúde já começam com perda substanciosa.

Contas certinhas (no diminutivo, sim, porque serão cada vez menores), que beleza. Para um futuro condenado sobre um presente caótico.

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5 Comentários

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Nossa!
Brincadeira, héim?!
Vocês devem viver em que mundo afinal?
Em qual País vocês vivem?
Desde o ano de 2014 já dava pra se perceber, sem a precisão de pesquisas, era só prestar atenção ao redor, e vão ver que é bem notório o número de desemprego e crime.
Eu afirmo com toda a certeza do mundo inteiro que, do jeito que tava indo, eu não tava dando mais dois anos pra pais de família que ganham apenas um mísero salário, começar a assaltar pra poder manter seus filhos.
Quando a Dilma aumentava R$ 0,10 no salário fazia maior conversação pelas TV's, mas enquanto isso na surdina ela aumentava a inflação. Onde tá a parte que devemos escolher pra elogiar o governo Dilma? Nem mesmo pode ser feito isto com relação ao bolsa família, já que é um projeto do governo anterior ao governo Lula, e, o PT apenas teve que fazer sua parte em manter o tal projeto, porém se aproveitou pra tirar bons proveitos e fazem seu "pé-de-meia" e iludir aos que se dizer ser espertos, porém são um bando de "Maria-vai-com-as-outras". continuar lendo

O Lula não só manteve o minguado programa do Fernandinho beira-córrego como ampliou para um projeto real de auxilio.Graças a essa maciça injeção de ajuda aos mais necessitados é que houve a expansão dos Hortifrutigranjeiros, da industria de bens e serviços, e como consequência criação de mais empregos numa espiral crescente. Claro que Lula não o fez porque entende de macro-economia, na verdade acho que não entende nem de economia do lar. Acontece que ele cercou-se de gente extremamente competente que mudaram o panorama do país. Já a Dilminha preferiu realizar um governo de próprio punho, voltada para o crescimento da industria de base no país, claro que não podia dar certo, onde já se viu um governo de centro-esquerda querer instituir um mercado na America do Sul. Como fica os EUA "principal aliado", desde quando índio quer apito só para os da casa? Deu no que deu, os coxinhas manipulados pela "goblo", "inVEJA" e demais órgãos da mídia bateram panelas, agrediram os contrários verbal e fisicamente e tiveram orgasmos múltiplos no dia 17 de Abril, mais precisamente 367 na Câmara dos deputados e 55 no Senado no dia 12 de Maio. Agora estão percebendo a burrada que fizeram, os cortes propostos não foram nos salários e nas mordomias dos Três Poderes. Irão atingir a educação pública (onde os filhos dos coxinhas passaram a estudar) e na saúde (bem agora que pararam com os planos). O pobre sempre estudou na escola pública e foi atendido pelo SUS. Para eles o que irá desaparecer sera o frango de domingo com macarronada. Para essa classe media falida que são um bando de "Maria-vai-com-as-outras", aproveitando seu escrito, esses sim estão, digamos assim, estuprados. continuar lendo

Parabéns Carla por trazer um artigo importante para esclarecer um pouco mais esse povo.

Como é perigoso libertar um povo que prefere a escravidão!
Nicolau Maquiavel continuar lendo

É mesmo o fora Meirelles! continuar lendo