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25 de Abril de 2024

Intolerância: 'Homofobia é construída no cotidiano, desde a infância', afirma psicóloga

Segundo Grazielle Tagliamento, debater as questões de gênero nas escolas é o método mais eficiente para combater a homofobia

Publicado por Carla
há 8 anos

Por Redação RBA


Intolerncia Homofobia construda no cotidiano desde a infncia afirma psicloga

Brasil lidera o ranking mundial de assassinatos a homossexuais.

São Paulo – O Brasil lidera o ranking mundial de assassinatos a homossexuais. Só em 2015 foram registradas 318 mortes de gays, travestis, lésbicas, bissexuais e transexuais, segundo o Grupo Gay da Bahia (GGB). O principal motivo para os crimes é o ódio ao diferente, afirma a psicóloga Grazielle Tagliamento, integrante da Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia.

"Justamente por conta dessa padronização da heterossexualidade na sociedade, que é uma construção social, os espaços jurídicos, políticos e religiosos colocam como anormal o desvio desse padrão. A partir do momento que eu considero todas as orientações sexuais parte do padrão, qual espaço que sobra para o campo de poder? Já que a heterossexualidade faz parte de um campo de poder na sociedade, e perdê-lo acaba incomodando as pessoas e traz reações. Dependendo dos discursos na sociedade, isso acaba impulsionando as pessoas a eliminarem esse diferente", diz a psicóloga em entrevista à repórter Camila Salmazio, para a Rádio Brasil Atual.

Grazielle enfatiza que a construção do preconceito se inicia na infância. A psicóloga destaca a importância de debater as questões de gênero nas escolas. "Da mesma forma que vamos aprendendo a odiar esse diferente, nós temos cada vez mais de trabalhar dentro da educação familiar e escolar a desconstrução dessa versão. Nós não aprendemos a nos aproximar do diferente, mas, sim, a sermos aversivos. Temos que discutir isso nas escolas, mas há uma reação contrária para que não haja essa discussão, alimentando mais essas situações de intolerância."

Leonardo Favre, relações públicas da Editora Boitempo e pesquisador literário, assumiu a homossexualidade ainda na infância. Para ele, a homofobia está implícita em pequenas ações do dia a dia. "A questão voltada aos LGBTs é recordada quando uma pessoa é agredida. Isso é a radicalização de tudo. Mas, se não conseguirmos discutir as outras violências que estão montadas nesse cenário, não vai mudar nada. Isso é a mesma chave da violência contra a mulher, que é radicalizada no estupro, ou no racismo, radicalizado em uma injúria. O cenário que monta essas desigualdades é a maior violência, porque ele permite que as pessoas cometam essas atrocidades diariamente e não enxergarem isso."

A violência contra a comunidade LGBT se dá também pela falta de representatividade nos espaços de poder, nos veículos de comunicação e na indústria cultural, segundo Leonardo. "A própria indústria cultural colabora muito com isso. Nas novelas e nos programas humorísticos, o espaço concedido ao homossexual é o do humor. A ausência dessas pessoas em literatura ou outros ambientes é uma violência. A ausência é uma violência. Não se cria repertório e quando não se tem isso, não tem uma normalidade."

Ouça:

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7 Comentários

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Esta discussão é muito pertinente hoje, por que sob o (des) governo interino do temerário Temer se quer impor o pensamento único nas escolas e quando a bancada dos demônios (evangélicos) na Câmara tem um discurso de ódio contra a comunidade LGBT. No Brasil as minorias já vinham conquistando seu espaço. Mas como todo governo totalitário, facista e reacionário estamos sob um retrocesso interino. Fora com Temer e seus ladrões e seus demônios!!!! continuar lendo

Só lembrando que a Dilma posava ao lado do Edir Macêdo, quando era de seu interesse. continuar lendo

Pior que é verdade! continuar lendo

O que se faz necessário é haver a imparcialidade ao se falar sobre diversos assuntos.

Muitos professores são na verdade aliciadores de alunos, seja no campo moral, religioso ou político.

Não se dá a mesma atenção àquilo que diverge de seus interesses pessoais, tanto quantitativamente, quanto qualitativamente.

Sem imparcialidade é impossível pôr em prática tais ações: nem a escola deve ser um local onde se inicia a rejeição e nem um local onde se adestra crianças a serem o que interessa aos professores e às instituições. continuar lendo