Jornais brasileiros destacam protestos na Venezuela e escondem os do Brasil
Estadão nem sequer menciona manifestações contra Temer na primeira página; Folha publica editorial condenando os atos
Protesto contra Temer na avenida Paulista, em São Paulo – Foto: Rovena Rosa/ Agência Brasil (31/08/2016)
A imprensa brasileira adota claramente dois pesos e duas medidas para tratar as manifestações contra os governos dos diversos países. Os protestos contra o governo de Nicolás Maduro, na Venezuela, ocuparam o alto da Folha de S. Paulo e chamada de capa em O Estado de S. Paulo. Já as manifestações contra o governo Michel Temer realizadas em todo o País nem foram citadas na capa do Estado, e mereceram apenas um pequeno título sem chamada na capa da Folha.
Internamente, o Estado publicou uma notícia pequena sobre o ato de quarta-feira em São Paulo (“Jovem perde a visão após ser ferida em ato”) acompanhada do anúncio de que a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo proibiu a realização de manifestações no domingo na avenida Paulista. Enquanto isso, os protestos na Venezuela ocupavam a capa do caderno “Internacional”.
A Folha também destinou a capa de seu caderno “Mundo” aos protestos contra Maduro e deslocou os atos contra o governo Temer para a última página do caderno “Poder”. O jornal ainda chegou a noticiar que a universitária Deborah Fabri teve o olho esquerdo perfurado (“Em postagem nas redes sociais, ela afirma que ficou cega do olho esquerdo. A Folha não conseguiu localizá-la”), mas a cobertura dos atos foi acompanhada pela publicação do editorial “Fascistas à solta”, no qual o jornal condenou os manifestantes.
“Desaparecidos de cena, os delinquentes voltaram a agir em meio aos protestos contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) nas noites de quarta-feira (31) e quinta-feira (1º) em São Paulo, atacando prédios no centro da cidade. Entre eles a sede deste jornal”, diz o editorial: “Quem financia e treina essas patrulhas fascistoides? Está mais do que na hora de as autoridades agirem de modo sistemático a fim de desbaratá-las e submeter os responsáveis ao rigor da lei”.
Link curto: http://brasileiros.com.br/tYjqK
2 Comentários
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E está certíssimo, não se deve dar atenção ao vandalismo.
Lugar de vândalo é na cadeia e não na mídia ... ateou fogo, quebrou vidraça, jogou pedra, pichou, destruiu viatura ... não merece ser destaque, tem mais é que ser ignorado.
No dia em que souberem se manisfestar de forma civilizada poderão reivindicar atenção.
É igual a quem invade campo de futebol: desvia-se a câmera e não se dá atenção até a polícia remover o invasor.
Quem não tem argumento e só quer se valer de privilégios às custas de outros sempre parte para a violência. Lições típicas de MST, CUT, MTST, etc. continuar lendo